FOME VIL
A dor que me sangra o peito
É tão grande quanto a que me consome o ventre,
O desejo que tenho na alma
É tão grande quanto a vontade que me acalma.
Se trago, fraco grito
É que outrora já não sinto
O ardor do Sol no coro e chão.
E já nascido forte
Hoje não vejo o norte
De ver matar solidão.
Abraçado a frágeis esperanças
Que de olhar perdido estão
É a dor de uma alma
A alma que me faz te ver sertão.
Pisando em solo poeira
Respiro teu ar febril
Me vem a mente insana
Matar a fome vil.
Leonardo de Souza Dutra