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terça-feira, 25 de outubro de 2022

ONDE POSSO CANTAR SOZINHO


Já vive a vida do sertão

A dura sorte,

Onde a morte enfrenta a vida

E a vida enfrenta a morte

Tendo minhas mãos calejadas

Corpo arrastando ao chão

Alvorada sempre vejo

Orvalho molhar o chão

Passarada no arvoredo

Canto que me faz pesar

Pensar da vida e morte

Luta brava de titãs

Sou eu nesta estrada poeira

Moribundo coração

No palco duro da lida

Navego meu mar sem fim

Vou em nau desses sonhos

Sonhar por dias que podem vir...

Já vive do sertão

A dura sorte

Onde já venci a vida

Onde já vive a morte.


Leonardo de Souza Dutra