A MORTE POR UM FIO
Morre
formiga, morre!
Gritou
surdamente enfurecido.
Sobre
uma escrivaninha
Abandonada,
vagava lerda formiga.
Serva
de tantos servos
Severa
em sua missão
Jornada
longa em busca de informação
Deixando
suas antenas tocarem o ar
Demonstrando
intimidade com o instinto.
Jogado
a um canto da biblioteca
Olhos
agudos
Ar
sombrio,
Imobilizado
Transferia
para dentro de si
O
vagar alucinado da formiga
Vendo-a
Pareciam
perdidos
Um
buscando o caminho, outro uma solução
Morre
formiga, morre!
Gritou
surdamente enfurecido.
Se
perdida
Se
perdido
Estavam
em uma única ideia, eles, atados
Como
que querendo desmembrar sua parte formiga
Arremessou-lhe
sua visão formiga
Deixando
cair indolentemente pesado livro
Desfigurando
assim a rubra formiga
Que
um dia se aventurou a percorrer a escrivaninha
empoeirada
de uma biblioteca.
Morreu
a formiga, morreu!
Leonardo de Souza Dutra