Páginas

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PERNAMBUCO VERDE CANA



PERNAMBUCO VERDE CANA


Minha terra,
Tem o cheiro do melaço.

O chão que pisei
Fora feito de blocos de rapadura
Tão duro quanto o bater desse coração.

Este sangue,
Que circula em veias
Tem a cor da garapa da cana prensada.

O que nas costas trago,
São marcas da chibata
Cantarolando um som amargo
Que ferindo a derme
Vai também deixando cicatrizes n’alma.

Meu canto,
Tem a cor da tristeza
Negra a pele que me formoseia.
E sua melodia,
É marcada pelo compasso da saudade do colo que me acalentou.

Meus sonhos,
Profundo quanto o mar
Que me separou do proetiosum aurum nigrum,

A sede de minha garganta,
Tem a chama da Liberdade
De um grito sucumbido
E hoje de verde sangue vertido
Vejo minha terra de sabor açucarado.


Leonardo de Souza Dutra

Um comentário: